Escondido dentro de uma caixa de formato estranho, sem poder respirar (não que isso fosse um problema), ele e os bichos estranhos, que teimavam em lhe fazer cócegas, podiam sentir um cheiro agradável. Um cheiro que podia lhe dar uma sensação incomparável. Esse cheiro vinha, quase sempre, acompanhado de leves gotas de água salgada que, por mais que ele não pudesse vê-las, podia sentí-las passando pela terra e encontrando a sua caixa. A sensação de quando a água encontrava, finalmente, a madeira de sua caixa, não era das melhores, uma mistura de melancolia e saudade. Mas o cheiro, aquele cheiro tinha o poder de fazer com que ele esquecesse qualquer outra coisa. Cheiro de Flores. Flores. Apenas flores podiam trazer aquela sensação de volta, a sensação de estar vivo.
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